Xantelasmas são pequenas placas de gordura (colesterol e triglicérides) planas ou um pouco salientes, em geral bilaterais, que se instalam na superfície das pálpebras superiores e, com menos frequência, nas inferiores. De cor amarelada e formato ovalado, possuem bordas bem definidas. A lesão inicial geralmente se desenvolve perto do nariz, mas podem surgir outras em áreas próximas. A evolução é lenta, mas progressiva, a ponto de as bolsas de gordura ocupam parte significativa da região medial das pálpebras.
Xantomas cutâneos, por sua vez, podem estar associados a diferentes causas e condições clínicas ou a um defeito no metabolismo das lipoproteínas. Eles podem apresentar-se sob a forma de nódulos, placas, manchas em alto relevo ou como erupções na pele e nos tendões. De coloração amarelo-acastanhada, possuem superfície plana, são macios e perceptíveis ao toque. Podem variar em forma e aspecto, número (uma só ou múltiplas lesões confluentes) e em tamanho, chegando a medir de poucos milímetros a vários centímetros.
Nos dois tipos do distúrbio – xantoma e xantelasma – as lesões cutâneas são assintomáticas e não contagiosas. Do ponto de vista estético, porém, sua presença pode causar bastante desconforto e constrangimento nos portadores da condição.
O diagnóstico de xantoma e xantelasma é essencialmente clínico, baseado na observação criteriosa das lesões cutâneas. Testes laboratoriais de sangue são importantes para medir os valores do colesterol, triglicérides e demais lipídios e de certos componentes hepáticos (haja vista que grande parte do nosso colesterol é produzido no fígado) que podem estar envolvidos no aparecimento das bolsas gordurosas. Há casos especiais em que se torna necessário encaminhar para a biópsia amostras do material retirado das lesões, a fim de determinar sua natureza clínica. Raramente exames de imagem, como ultrassom, tomografia e ressonância magnética, são imprescindíveis para avaliação diagnóstica.
Nos dois casos, a cirurgia é uma opção para remover as bolsas de tecido gorduroso que se formam sob a pele, especialmente se são aparentes e trazem danos estéticos. O melhor é que a conduta seja orientada por um especialista, seja ele dermatologista, cirurgião plástico ou oculoplástico.
No entanto, se as lesões representam manifestações secundárias dos níveis elevados de colesterol no organismo, o tratamento clínico para corrigir a anormalidade se faz obrigatório e deve ser introduzido tão logo tenha sido concluído o diagnóstico. Além da prescrição de uma dieta equilibrada, rica em fibras e pobre em gorduras e da prática regular de atividade física, ele pressupõe o uso de fármacos hipolipemiantes para controle da dislipidemia e o tratamento das comorbidades adjacentes, como aterosclerose, diabetes, pancreatite e hipotireoidismo, por exemplo.
Importante registrar, ainda, que a cauterização química, a eletrocoagulação, a aplicação de laser e a criocirurgia são outras medidas terapêuticas possíveis. A escolha da mais adequada leva em conta as características das lesões, seu tamanho, localização e formato. Infelizmente, com certa frequência, as lesões podem reaparecer.
História familiar de alterações do metabolismo das gorduras exige cuidados especiais, uma vez que xantomas e xantelasmas associados aos depósitos de colesterol e triglicérides na pele, podem ser indicativos de risco maior para doenças cardiovasculares.
